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Publicado em 02/07/2025, às 10h05 Permissionários do Mercado da Redinha recebem auxílio emergencial, mas consideram valor insuficiente para cobrir prejuízos acumulados. - Divulgação Dani Oliveira
Fechado há quatro meses, o Mercado da Redinha segue sem previsão de reabertura definitiva, apesar dos R$ 25 milhões investidos na reforma iniciada em 2022. O espaço foi reaberto no fim de 2024 para um festival gastronômico, mas voltou a fechar após poucos dias de funcionamento. Depois da pressão de comerciantes, o local voltou a abrir em 7 de fevereiro, fechando novamente em 9 de março.
Desde então, permissionários enfrentam dificuldades financeiras e cobram prioridade da Prefeitura. “Está horrível. A gente não tem para onde ir. Se chover, não tem onde botar um cliente. Alugamos uma casa com valor alto, porque aqui não tinha um canto para fazer uma cozinha. Estamos sobrevivendo, não vivendo”, desabafa Ronaldo Júnior, permissionário que hoje trabalha improvisado na praia.
Segundo o permissionário, o mercado foi inaugurado duas vezes e fechado em ambas, sem que a estrutura fosse aproveitada. “Já faz anos que está fechado. Foi inaugurado duas vezes, mas já faz 4 meses que está fechado depois da inauguração”, relatou. Ronaldo também criticou o que ele classificou como falta de prioridade da gestão municipal.
Que, da mesma forma que tratou o São João como prioridade, trate isso daqui também. Faça uma força-tarefa para reabrir esse mercado”, cobrou ele.
No último fim de semana, a Redinha recebeu shows da programação junina. Na Avenida da Alegria, que dá acesso ao mercado, ocorreram shows de artistas como Leo Santana e banda Grafith.
Portas fechadas para turistas e público em geral
O garçom Lindenberg Morais reforça a frustração. “Ele ficou bastante bonito, por sinal. Só que está fechado. Aí não adianta ser bonito, mas estar fechado. Talvez tenha sido pra fazer um merchandising”, avaliou, lembrando que o espaço funcionou brevemente para um evento. Ele destacou o impacto para os trabalhadores e para o turismo local: “As pessoas precisam trabalhar. Tem turista que vem aqui só para ver o mercado por fora. É uma tristeza”.
Nesta terça-feira 30, o AGORA RN trouxe uma reportagem destacando os problemas estruturais na obra de transformação do antigo Redinha Clube, que está sendo convertido em Centro de Artesanato. Apesar dos investimentos e da promessa de revitalização, o espaço segue fechado, enfrenta alagamentos e acumula críticas de moradores, permissionários e do vereador Daniel Valença (PT), que classificou os resultados como “insatisfatórios”. A gestão municipal prorrogou o prazo da obra por 120 dias, com nova previsão de conclusão para 29 de outubro de 2025.
Concessão do Complexo Turístico da Redinha
A Prefeitura do Natal afirma que está finalizando os estudos de viabilidade jurídica, econômica e financeira para a concessão do Mercado da Redinha à iniciativa privada, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). A expectativa é que o novo edital de licitação seja lançado após a conclusão dos estudos, prevista para o final de julho. A primeira tentativa de concessão foi frustrada: não houve empresas interessadas.
Enquanto a concessão não avança, a ginga com tapioca — patrimônio imaterial do Rio Grande do Norte — perdeu seu principal ponto de venda. O pescado, antes comercializado no mercado, agora é vendido em outras feiras e praias da cidade. Permissionários seguem recebendo um auxílio emergencial de R$ 1.200, considerado insuficiente diante dos custos e prejuízos acumulados.
O equipamento ocupa uma área de 16.580,60m² e ganhou espaço para a montagem de sete restaurantes e 33 boxes de venda, além de um deck panorâmico com vista para o Rio Potengi e para o mar. Todo entorno do local também recebeu investimentos, com obras de mobilidade urbana, modernização do mobiliário e iluminação pública em LED.