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Descubra as duas principais causas de mortes no RN, e como conseguir se prevenir

A adoção de hábitos saudáveis e exames regulares são fundamentais para a prevenção e redução da mortalidade no Rio Grande do Norte  |  Dados do Inca mostram que o Brasil deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer por ano, destacando a importância da prevenção e do acesso à saúde. - Divulgação

Publicado em 12/08/2025, às 08h54   Dados do Inca mostram que o Brasil deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer por ano, destacando a importância da prevenção e do acesso à saúde. - Divulgação   Dani Oliveira

No último ano, o câncer foi a segunda maior causa de mortes no Rio Grande do Norte, com 3.827 registros, representando 17% dos óbitos. Os dados do Ministério da Saúde mostram que, em primeiro lugar, estão as doenças cardiovasculares, responsáveis por 5.888 mortes — o equivalente a 27% do total.

Logo atrás, aparecem as doenças respiratórias, com 2.682 registros, e as chamadas causas externas, como acidentes de trânsito, que resultaram em 1.955 mortes. Em Natal, o cenário é ainda mais preocupante: as mortes por câncer representaram 19% do total, superando a média estadual.

Os tipos de câncer mais letais e sua evolução

Entre os tipos de câncer, os tumores dos órgãos do sistema digestivo foram os mais letais no estado, com 1.180 casos — cerca de 30% do total de mortes por neoplasias. Essa categoria inclui cânceres que podem se desenvolver em diferentes partes do trato gastrointestinal, como estômago, fígado, pâncreas, intestinos, reto e ânus.

O número de mortes por câncer no RN subiu 5,7% em cinco anos, passando de 3.620 em 2020 para 3.827 em 2024. Na região Nordeste, o aumento foi ainda mais expressivo: 11,7% no mesmo período, saindo de 51.705 mortes para 55.110.

Tendência global de crescimento preocupa especialistas

O aumento das mortes por câncer no estado acompanha um movimento global já identificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc). O estudo da agência aponta que, em 2019, os tumores já eram responsáveis pela maioria dos óbitos prematuros (entre 30 e 70 anos) em 57 países.

A projeção é que, ao longo deste século, esse padrão se consolide em grande parte do mundo. O avanço da doença está ligado tanto ao envelhecimento da população quanto a fatores de risco associados ao estilo de vida moderno.

A importância da prevenção primária e secundária

O cirurgião oncológico Selso Melo, cooperado da Unimed Natal, destaca que consultas regulares são essenciais para evitar o surgimento de tumores ou identificá-los em estágio inicial.

Através de boas consultas, realizadas regularmente (a depender de cada caso), podemos prever maior ou menor risco de os pacientes desenvolverem determinados tipos de câncer e atuar sobre isso — a chamada prevenção primária — evitando que um tumor apareça ou, caso ele surja, que seja detectado precocemente, o que nos remete à chamada prevenção secundária. Isso leva a um tratamento menos agressivo, com menos sequelas e retorno mais precoce à vida normal. Isso se traduz em maior tempo de vida livre da doença e com saúde”, explica.

Exames essenciais e rastreamento precoce

Selso Melo reforça a importância de exames de rotina para homens e mulheres. “A mulher precisa ir ao ginecologista anualmente, realizar a mamografia; o homem deve consultar o urologista.

Já a colonoscopia — exame que permite visualizar o intestino grosso (cólon) e a parte final do intestino delgado — deve ser um hábito anual a partir dos 45 anos para todos”, pontua. Esses exames, segundo ele, aumentam as chances de detecção precoce, o que pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento.

Hábitos que reduzem o risco de câncer

Para o especialista, a adoção de hábitos saudáveis é a principal ferramenta contra o câncer. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, não fumar e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados estão entre as medidas recomendadas.

O sedentarismo, destaca Melo, é um dos fatores que mais contribuem para o aumento da incidência da doença. “O ideal é praticar exercícios físicos regularmente (sob orientação profissional) e manter uma dieta equilibrada”, reforça.

Cenário nacional e alertas de saúde pública

Em todo o Brasil, dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que o país deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer por ano até 2025. Os tipos mais incidentes variam de acordo com o gênero e a região, mas câncer de mama, próstata, pulmão e cólon estão entre os mais comuns.

Especialistas alertam que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de reduzir a mortalidade, especialmente em estados como o RN, onde o acesso a serviços de saúde pode ser desigual entre regiões.

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